domingo, outubro 29, 2006

TENHO UMA DECLARAÇÃO A FAZER:

- Que soem as trombetas! Rujam os mares! Estrondem os trovões! -
[Barulhinho de microfonia + Batidinha no microfone]
Than Than Than Than!!!!!
EU SOU GORDA!
[Aplausos enlouquecidos, histeria...]
Agora, depois deste estardalhaço todo deixa eu me explicar...
Eu sou uma jovem mulher, casada, estudo, vivo feliz e gorda.
Semana passada fui chamada por uma empresa onde tinha feito uma entrevista de emprego. Fui pontual (na verdade cheguei até antes da hora marcada), esperei calmamente até chegar a minha vez e finalmente fui chamada juntamente com outra garota para falarmos com o futuro provável chefe.
Ele começou a puxar conversa com a outra garota, pra saber o que ela esperava do trabalho, caso fosse chamada, em quê que ela queria trabalhar, fez perguntas sobre a vida pessoal dela, etc...
Eu fiquei calmamente ouvindo ele conversar com a garota.
Depois de um tempo ele falou que estava fazendo todas aquelas perguntas porque ela demonstrou-se muito confusa na entrevista inicial. Eles até a apelidaram de "doidinha" por causa da forma que a moça tinha se comportado.
Depois de um tempo ele voltou-se para mim e disse que de mim ele já sabia o que esperar. Eu passei uma imagem de pessoa organizada, firme, decidida, serena, ele percebeu que eu não estava lá unicamente pelo dinheiro e sim pela experiência, e etc...
E eu lá ouvindo isso tudo e já esperando o fatídico "mas"... (rs) Normalmente quando eu falo sobre alguém e o estou elogiando eu faço o possível para não usar o "mas".
Mas.... Ele disse (eu ri interiormente por ver o quanto ele foi previsível) que eu os deixei pensando sobre "o porquê de não tratar da obesidade". (Eu disse "Hã!?" mentalmente e fazendo cara de paisagem) Ele falou que normalmente uma pessoa obesa passa uma imagem de preguiça, além de passar por vários problemas, de ser complexada e etc. (Será que ele já foi obeso alguma vez?) Hum...
Problemas? Complexo? Quem não tem problemas? E se uma pessoa tem complexos não importa ser gordo. Tantos magros que são complexados e tantas modelos que ficam anoréxicas não querem dizer nada? Só os gordos são complexados? É isso que as pessoas - magras ou gordas - pensam? Quanta ignorância!!!
Eu sempre fui gorda. Sempre tive amigos leais. Sempre tive garotos (magros e gordos) interessados em mim. Sempre me sobressaí nos estudos. Amigas brigavam (e algumas brigam até hoje) com ciúmes de mim. Meus pais nunca me discriminaram. Já ouvi muitas vezes a frase: "Gostosa!!!!" enquanto passava na rua. Porque eu seria complexada? Por ser gorda? Não, eu seria complexada se eu fosse idiota.
Outra coisa que me deixou sem ação: Obesos passam imagem de preguiça!? Nã nã! Colocaram essa imagem na gente.
Obesos passam por problemas sim. Tanto quanto os magros. E dependendo da postura de cada um os problemas se resolvem ou aumentam. E isso beibi, independe do fato de ser gordo ou não.
Eu sou gorda e sou linda! Amo e sou Amada. Tenho amigos e sou Amiga. Sou extremamente feliz!
Não são apenas os gordos que têm problemas, as outras pessoas também têm problemas com os gordos. Mas sabe de uma? O problema não é delas? Que resolvam seus problemas! Eu continuarei vivendo da melhor forma. E, queridhinhãn, se quando eu como hambúrguer com batata frita te incomoda, desculpe as palavas mas, feche os olhos!
E antes que esqueça: Gordura não é fato, é estado. Se eu quiser emagrecer, emagreço e pronto. Não porque ser gorda me causa problemas com as outras pessoas, mas porque pode, de alguma forma afetar minha saúde.
Num mundo de ignorantes que só olham as aparências ser gordo é um peso, mas no meu mundo, onde o que importa é o caráter, pesar 90Kg equivale a pesar 55kg. Porque no meu mundo há diferenças, mas elas tornam as pessoas mais belas e não inferiores.

Concordam?

P.S.: Se eu tivesse nascido no século passado eu seria um modelo de beleza. Pra gente ver como tudo que falam/exigem sobre aparência é efêmero...
P.S.2: Mesmo deixando-os na dúvida sobre o porquê de eu não tratar da obesidade fui chamada para o emprego.
P.S.3: Eu declinei da proposta de emprego. Alô-ôw?! Claro que declinei!
Beijos!

quinta-feira, outubro 26, 2006

O fantasma do cansaço volta a assombrar

- Sai pra lá mau agouro!!! -

Ontem à noite perto da hora de dormir estava com a respiração cansada... Passei a noite toda assim... Não dormi bem... Acordei mal... Tava até sem vontade de preparar o almoço do meu bem... MAS EU NÃO DOU OUSADIA A CANSAÇO!!! Sai pra lá coiso!
Levantei-me, fiz o almoço dele.
Ainda estou com a respiração um pouco cansada. Mas sabe de uma? Isso passa.
Acabei foi lembrando de quando eu era criança que ficava cansada com o peito doendo e minha mamã me levava pros hospitais pra respirar a "fumacinha de soro" da nebulização... Era desagradável... Só que agora eu tô sem mamã aqui e sem nenhum pingo de vontade de respirar fumacinha...
Ou seja, nada de nebulização. Vou usar uma técnica bem melhor: ocupar-me com algo.
Qualquer coisa estou descansando por algum lugar.

Beijos!

sexta-feira, outubro 20, 2006

Devoção

- Update -

Estava aqui lendo um livro antes de dormir e vi algo muito interessante que tinha de compartilhar com vocês antes de amanhecer...
No livro, o autor estava comentando sobre Ananias (aquele dos Atos dos Apóstolos na Bíblia, que vendeu suas propriedades e foi fazer doação de parte do arrecadado como se estivesse entregando tudo e [voz no Nerso da Capitinga] morréu [/voz no Nerso da Capitinga] por estar mentindo perante o Espírito Santo).
Olha que pérola magnífica o autor soltou:
- Abre aspas -
A verdadeira devoção nem sempre consiste em oferecer algum pertence a Deus. Consiste em reconhecer que são de Deus não só os pertences, mas todo o seu ser, até mesmo a própria vida. Quem compreender que até mesmo a sua vida pertence a Deus, conseguirá desempenhar, SEM NADA ESCONDER, o trabalho da família de Deus.
- Fecha aspas -
Masaharu Taniguchi, em "A Verdade da Vida Volume I".

Não sei vocês, mas eu concordo com a afirmação acima...

P.S.: O texto original não tinha o "SEM NADA ESCONDER" maiúsculo e negrito, mas vocês entenderam que eu quis dar uma ênfase, néam?

Beijos crianças!

domingo, outubro 15, 2006

Não sei se vocês sabem, mas eu tenho 22 (vinte e dois) anos.
Não sei se vocês sabem, mas eu sou casada há três anos.
Não sei se vocês sabem, mas eu sou muito feliz!

Vanessa da Mata - Ainda Bem

quinta-feira, outubro 12, 2006

Diálogos do Cotidiano - Versão 2.0

Lá no laboratório de artes da UESPI tem show toda quarta-feira. [Voz de roqueiro embriagado com fumaça] Uma banda legal solta um som pra galera zuar, aê... [/Voz de roqueiro embriagado com fumaça]
Como ontem não tivemos a segunda aula fomos lá dar uma olhada na banda Heróis do Jenipapo, a atração do dia.
Fui ao carro deixar meus pertences e voltei para o laboratório. Procurei um local ao lado das meninas e me encostei na parede para não ficar na frente de ninguém.
Depois de alguns minutos chegam umas garotas, muito animadas por sinal, e vêm para perto de nós. Eram no total quatro gatinhas. Uma das gatinhas, que possuia um cabelo de 70 cm de comprimento preso num coque - que pelo volume do cabelo mais parecia um coala colado no cocoruto -, decidiu não se encostar na parede como as outras, e, adivinhem (PELAMORDEDEUS ADIVINHEM!!!) onde ela resolveu ficar? Acertaram! Na minha (MINHA!!!) frente! Respirei fundo. # Inspira # Expira # Inspira # Expira #
Virei para minha amiga e falei:
- Quando estou na TPM minha paciência com pessoas mal educadas diminui muitíssimo.
- Dá uma bolsada nela! Se ela morrer você sabe que TPM é atenuante no julgamento.

Medo! Muito ME-DO dela!

Aquilo que a gente acha que precisa para viver bem

Eu tenho alguns maus hábitos... E dentre esses maus hábitos o que foi adquirido mais recentemente foi o de trocar bilhetinhos com colegas durante a aula de Sociologia. Mas de alguma forma esse mau hábito está rendendo conversas interessantemente profundas.

FATO QUE ORIGINOU A CONVERSA:
Uma amiga fez uma brincadeira boba com um garoto. Ele ficou surpreso por que a menina não tinha costume de fazer aquele tipo de brincadeira e disse (brincando) que tinha ficado traumatizado. A moça tentou explicar que a brincadeira não foi com má intenção, mas ele tinha a firme convicção que a moça quis fazê-lo de idiota e disse várias vezes que ela o fez de trouxa.

CONVERSA EM SI:
Bilhete nº 1 (destinado a mim): Você costuma dizer que homens são seres simples, mas essa reação que ele teve foi uma reação complexa. O que você me diz?

Bilhete nº 2 (resposta ao primeiro): A senhôura está confundindo simplicidade com ingenuidade. Os homens são seres simples, porém tembém encaram maldosamente as coisas. Ele viu o que você fez pelo prisma dele. Ou seja, se fosse ele que tivesse feito uma brincadeira dessa provavelmente a intenção seria fazer o outro de idiota. Ele te vê através de um espelho de si mesmo.

Bilhete nº 3 (dela para mim): A cada dia que passa percebo mais o quanto sou inocente... Deveria ser mais maliciosa. Desculpe.

Bilhete nº 4 (de mim para ela): Não precisa pedir desculpas por algo que não me ofende, querida. E não queira ser maliciosa. Malícia é artifício dos fracos. Seja feliz com a sua força.

(Ela fez um gesto como quem recebeu uma facada no peito)
Bilhete nº 5 (outro que fiz para ela): Te magoei?

Bilhete nº 6 (resposta dela): Você não magoa. Você tem capacidade de verbalizar as coisas. Mas gostaria que você aprofundasse mais essa questão da malícia.

(Olha ela oferecendo banana a macaco... Eu adoro aprofundar as coisas. Disfarcem!)
Bilhete nº 7: Tudo que existe no mundo tem sua versão boa e ruim. Por exemplo, Amor e Paixão. No nosso caso, estamos falando sobre malícia. A malícia é um sentimento que vê maldade em todas as coisas. A versão boa da malícia é a Sabedoria. Enquanto a malícia vê o lado ruim das coisas e se aproveita das pessoas e das situações, a sabedoria vê ambos os lados, o bom e o ruim, mas sempre escolhe o bom, ainda que não seja o caminho mais fácil. A malícia sempre escolhe o caminho mais fácil.


Acredito que fiz um bem em influenciá-la a deixar de querer ser maliciosa...
Esses bilhetinhos rendem é história...
Estão vendo que meus bilhetinhos têm um lado nobre e de cunho social? Estão vendo?

E vivamos!

sexta-feira, outubro 06, 2006

Ontem na saída da última aula estávamos assinando a lista de presença, e como eu era a única de caneta em punho a minha caneta rolou de mão em mão para os outros colegas assinarem a lista. Eu fui a penúltima, e depois que assinei virei de costas para ir embora. Foi então que ouvi um brado:
- Ei! A caneta.
Era um colega pedindo, não muito delicadamente a caneta. Eu tenho um grave problema com má-educação e falta de delicadeza, mas como prezo pela prestatividade emprestei a caneta ao rapaz. E fiquei aguardando ele assinar.
Depois da assinatura ele me devolveu a caneta sem nenhum "obrigado" ou coisa que o valha.
Sinceramente, fiquei irritada! Numa sala de aula de ensino superior se espera outro tipo de comportamento.
Fui caminhando para o carro com a indignação na mente. Poxa! Não pede por favor e nem dá um obrigado? Demais, né honey? Quando entrei no carro, adivinha, o carro dele estava do lado do meu, e ele ia sair ao mesmo tempo que eu. Olhei istintivamente para o carro dele para ter a noção do espaço para sair. Ele me olhou e me deu thau.
Um thau tão meigo, atencioso e delicado que no mesmo instante eu esqueci toda a raiva que sentia dele.
É... "O Amor cobre uma multidão de pecados"...

segunda-feira, outubro 02, 2006

Sobre separar os atos dos agentes...

Hoje conversava com um amigo e falava-lhe que gosto dos poemas do Fernando Pessoa. Ele replicou que o Fernando Pessoa sabia era beber absinto, por isso os poemas dele eram daquela forma. Bem, concordei que ele tomava absinto, mas isto não diminuiu nem um milímetro a minha admiração pelos poemas dele. São geniais! Não, eu não concordo com tudo que o Pessoa escreve, mas a forma com que ele usa as palavras para se expressar é inebriante - como o absinto, pois.
Fico pensando como algumas pessoas conseguem ter dons, externá-los, moldá-los, fazer eles transparecerem e aumentarem tanto a ponto da pessoa não importar mais. Não importa o que ele era, não importa o que ele fez da própria vida, se morreu infeliz ou feliz, se foi rei ou plebeu. Importa que ele escreveu o que sentia, e que cada vez que lemos algo que ele escreveu sentimos o que ele sentiu. Isso meus caros, eu chamo de dom.
Pessoa não era uma figura admirável no modo de vida, provavelmente era mais um poeta infeliz como a maioria dos poetas, porém ele deixou algo para a posteridade.
Falei isso tudo não apenas para ressaltar a obra do Pessoa, mas para chamar atenção para nós não confundirmos os atos com os agentes. Não devemos misturar as coisas.
Tomando o exemplo do Pessoa, podemos perceber que o fato de gostar do que ele escrevia não implica que preciso gostar do seu modo de vida. Misturar as coisas é muito preconceituoso. E isso meus caros não nos leva a lugar algum...
Olhe para alguém que você ame muito. Ele te corresponde em 100%?
Olhe para si. Você faz tudo o que fala?
Então por que alguém tem que ser perfeito?
Por que é tão fácil cobrar dos outros exatamente aquilo que a gente não dá?

Eu já tenho minhas respostas para essas perguntas. Espero que você também tenha.

P.S.: Não, eu não estou com raiva de ninguém, nem ninguém me cobrou nada. =)
P.S.2: Oi Aline! Eu estou aqui! :D Você tá boia?