sexta-feira, dezembro 15, 2006

Diálogos do Cotidiano

Eram 18h, estava com dois colegas da Universidade no carro indo rumo ao centro da cidade pegar umas transparências que meu marido tinha impresso pra mim. Para quem não conhece Teresina basta dizer que o centro da cidade é simplesmente caótico, às 18h então! Como diria o Caco Antibes, é a visão do inferno! Estacionei o carro em frente ao banco e recebi a encomenda. E agora para sair dali?
O banco encontra-se firmado numa esquina, pingando camelôs pelas bordas. A estas horas os camelôs estavam desmontando, era um vai-e-vém de carros de mão, carros, motos, bicicletas, e eu parada a quatro metros da esquina, num Santana, ligando a seta para passar. Mas inafortunadamente nenhum motorista apiedou-se de mim, e eu fiquei parada por uns bons minutos... Foi quando minha colega, num relance de sabedoria, falou:
- Se joga! Quando verem que é uma mulher dirigindo, um carro grande ainda por cima, todo mundo sai da frente!

Anhé? Tisc!

Do Céu

Dia desses estava zappeando os canais de TV e parei na Rede Vida. Interessei-me porque estavam entrevistando uma portuguesa (coisa não muito comum nas nossas TVs abertas). Ela chama-se Maria do Céu Patrão Neves, dentre outras coisas filósofa, estava no Brasil para participar de um congresso de bioética. Encantei-me com a beleza dessa mulher! Não só pela beleza física, mas pela beleza das palavras que ela falava, pela sua delicadeza e meiguice... Ela conseguia falar coisas tão imensamente importantes de uma forma tão simples e calma. Como se fossem coisas simples e casuais. Mas ela está certa, são coisas simples e casuais, nós que complicamos tudo...
De todas as coisas maravilhosas que ela falou a que mais me marcou foi quando um internauta perguntou-lhe por que as pessoas agridem as outras gratuitamente:
"As pessoas agridem as outras gratuitamente porque não são satisfeitas consigo mesmas. Elas não se aceitam como são e acabam por maltratar as outras não por serem más, mas por serem infelizes."

Concordo... Plenamente...



terça-feira, dezembro 05, 2006

A onda é ser "bicho-grilo"

"Seu nome é Joás Brandão. O primeiro voluntário a combater incêndios na Chapada Diamantina.
Olhos verdes, 43 anos e cabelos batendo nas canelas. Duas décadas atrás ele amarrou um pano na cabeça, jogou os sapatos fora e passou só a cuidar dos interesses da Chapada. 'Doido', esse foi o veredicto do povo da cidadezinha de Palmeiras. Afinal, qual é o nome pra quem pula da cama no meio da madrugada disposto a apagar incêndio descalço? 'Eu sou doido mesmo', afirma ele. 'E essas serras não são de endoidecer?'
O exemplo de Joás inspirou uma legião de guerreiros do fogo. Hoje a Chapada conta com o maior número de voluntários do país para extinguir incêndios provocados pelas queimadas de agricultores e pecuaristas.
Quando começou a combater o fogo, Joás também deu início a uma série de rituais. Só ele sabe o que significam. E não conta para ninguém. O cabelo, por exemplo. Parou de cortá-lo e passou a escondê-lo debaixo do pano. Parou de comer carne quando olhou para um bife e teve um estranhamento. 'Vi um cadáver', diz. Quando era adolescente desfilou um ano com uma cobra enfiada no cabelo. Quando a soltou tinha 2 metros.
Joás analisa a situação e esclarece: 'As pessoas não entendem a cobra, o pano na cabeça. Como eu não entendo porque elas bebem, usam droga. Acho que tem coisa que é complexa de explicar para quem está fora da gente.'"

Verdade...